sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Report STP #1

Já cheguei à uma semana de São Tomé, mas não tenho tido tempo para vos relatar a minha viagem, a ver se é desta que começo, então aqui vai:

Nunca tinha estado em África e apesar de ouvir relatos apaixonados de essas paragens de outras pessoas que já tinham tido essa experiência, nunca imaginei que realmente era uma experiência inesquecível, a começar pela saída do avião e sentir aquele bafo quente que nos envolve e nos faz colar a roupa ao corpo, o próprio aeroporto que é indescritível, a única pista que existe não tem luz daí os voos só poderem ser efectuados durante o dia, a espera para mostrarmos o passaporte que demora uma eternidade principalmente para quem está ansiosa de iniciar a viagem, à saída do aeroporto a confusão de pessoas muitas para nos venderem excursões, artesanato e outras apenas para nos verem como se fôssemos da família delas, cada avião (os poucos semanais) que chega é uma alegria para a população e fazem questão de nos transmitir isso, a confusão de carros, táxis, passeios de terra batida, barulho, faz-nos lembrar que chegámos a África e não vale a pena irmos com manias de europeu e querermos tudo muito depressa e organizado porque chegámos à maravilhosa terra do Leve-Leve que é uma expressão que se tornou lema nacional, e quer dizer fazer tudo com calma, que saudades!
Passado este tempo inicial tínhamos o transfer à nossa espera, pois os primeiros dias iam ser passados no Ilhéu das Rolas, que dista 60 Km da Capital São Tomé, este caminho é feito pela única estrada que liga a Capital ao sul da Ilha e demora aproximadamente duas horas a ser feita, tal é a qualidade da estrada, apesar de nos terem dito que agora já está em condições muitos solavancos demos pelo caminho, mas a paisagem que parece um quadro pintado de verde é maravilhosa, palmeiras, coqueiros, bananeiras de inúmeras qualidades, papaias, e outras tantas que nos deixam arrebatados, praias desertas, e passamos pelas pequenas comunidades em que as mulheres lavam as roupas nos rios, e estendem a mesma à beira da estrada, animais à solta desde porcos, galinhas, vacas, cães, aí choca um bocado ver como as pessoas vivem em pleno século XXI não devia ser permitido existirem assim condições tão más, as casas são de madeira básicas assentes em estacas para ficarem altas devido à grande percentagem de humidade que se faz sentir, muitas crianças que ao nos verem passar pedem doce-doce, tudo isto nos faz lembrar que estamos num dos países mais pobres do mundo e nunca mais vamos ser os mesmos.
Passadas as duas horas chegamos a Ponta Baleia onde se situa o cais em que apanhamos o barco para chegar ao ilhéu, enquanto esperávamos que chegasse o barco foram chegando pessoas especialmente jovens e crianças que vivem ali perto e metem conversa connosco, os São Tomenses são naturalmente simpáticos, afáveis é impossível não se gostar daquele povo, aí confesso que me caíram umas lágrimas ao ver aquelas crianças tão de perto e ao sentir as suas necessidades, pediram doce mas eu tinha tudo dentro da mala de viagem, então prometi que no regresso lhes daria, era uma promessa que seria cumprida pois as crianças estão lá sempre, a viagem de barco demora aproximadamente 20 minutos e ao chegarmos ao Ilhéu das Rolas juro que vislumbrei o paraíso, tinha chegado apenas à duas horas e já estava rendida por aquele país.


                                          As casas que se vêm pelo caminho


                                          Vista de uma praia e mulheres a lavar roupa



                                          A vida nas comunidades


                                          A vida nas comunidades


                                          Primeira vista do Ilhéu das Rolas

                                          O paraíso

                                          Pôr do Sol


E assim foram as vistas do primeiro dia, mas há muito mais, depois de chegados ao Ilhéu das Rolas, fomos dar um mergulho nas águas mornas e assistimos ao magnífico pôr do sol, depois acabei por adormecer com as ondas do mar como som de fundo, é que estava com uma directa uma cima, o voo saía de Lisboa à 00:40 h, atrasou-se aproximadamente 2 horas, no avião não preguei olho pois não sou capaz de dormir em viagens, o voo demora aproximadamente 6 horas, chegados a S. Tomé foi mais duas horas de autocarro, mais barco, então ao final do dia adormeci numa espreguiçadeira, que sono tão bom!!!!
Através destas fotografias não vos consigo transmitir a beleza e o ambiente que se vive por lá, é um sítio maravilhoso, o calor, os sons, cheiros, ai que saudades!

Continua...


5 comentários:

  1. Adorei ler esta primeira parte da tua descrição! Vê-se perfeitamente que amaste esta experiência e só me apetece saber mais. Que a continuação venha rápido!!
    As fotos estão lindas :)

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  2. A minha família fala de África com tamanha paixão, um dia tenho mesmo de lá ir.

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  3. Eu já estive no Egipto, em Cabo Verde e no Brasil e, como muito bem diz, as nossas ideias e costumes de europeus ficam em imediato confronto com as condições de vida e a maneira de pensar daquelas pessoas.

    As paisagens são extasiantes e o ritmo de vida flui naturalmente.

    Fico esperando a continuação.

    Bom domingo, minha amiga.

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  4. Bela descrição, Rainha :).
    Como sabes, que eu já o disse, São Tomé´e Príncipe é para mim uma miragem. Ando vai não vai para ir, mas agora, nas condições físicas em que estou, ainda não dá mesmo para lá ir (estou proibido de apanhar muito sol, imagina, logo eu que tanto gostava de apanhar um bocadinho de bronze, eheheh). Vamos ver se as coisas se compõem mais.
    Portanto, para já fico com as tuas descrições :). Obrigado, amiga

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  5. Estou a adorar a reportagem e a ansiar por mais... Como sabes era sitio para ir o ano passado e com os atrasos da profilaxia já nao deu :( Agora nao me parece que lá vá tão cedo...

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